12.1.09

CALÍGULA
Com bons atores... E Thiago Lacerda.
Eu adoro o SESC. Sempre selecionam bem as atrações, oferecem bons preços (em regra), boa estrutura e todo aquele pacote de serviços que favorecem a ida a um evento cultural. Até evento de graça você pode encontrar.
Infelizmente, paguei vinte Reais para ver Calígula, com bons atores e aquele mocinho da Globo, o Thiago Lacerda. Mas eu não vou acabar com ele. Nem acho que ele seja culpado pela própria atuação.
Quem tem vontade e condição deve fazer o que bem entende. Porém, dependendo do caso, não pode esperar elogios.
O espetáculo é bom? Não. Por quê? (Meu blog é escrito em português arcaico)
O cenário é ininteligível. Embora o conceito seja bom, a execução não favorece a platéia, que depende unicamente das atuações para entrar no texto e na experiência.
O texto é bom, isso sim; infelizmente pára por aí.
Há bons atores no espetáculo. Meus elogios ficam para Pascoal da Conceição, que sempre achei genial. Não excluo do elogio ao restante do elenco, exceto: Magali Biff (errada para o papel), Ando Camargo (cujo nome é verbo e paramos por aí) e Thiago Lacerda (aventureiro).
Vou poupar de críticas o figurino horrível, a maquiagem falsa de doer e o fato de ser um espetáculo comercial, que desrespeita os bons atores que dele fizeram parte e tenta-nos convencer de "qualquer coisa serve". Isso não é verdade. Por esse preço, precisa de chegar ao brilhantismo, à genialidade. Porém, Calígula ficou longe de qualquer brilho.
Duro foi ver tanta gente de pé para aplaudir... Dureza.
Eu levantei para ir embora.

7.1.09

A MÁQUINA MARQUETEIRA
Lily Allen na Folha de São Paulo de 7 de janeiro de 2009.
Eu respeito o bastante a imprensa paulista a ponto de citá-la: "Lily Allen começa a invadir as veias do mercado pop - impulsionada pela máquina marqueteira de seus agentes e gravadora".
A gravadora em questão é a EMI, filha de Londres, com irmãs mais novas pelo mundo afora, inclusive nosso Brasil verde e amarelo.
A Lily, em si, é bastante respeitável do ponto de vista de sua música, seu trabalho. Mesmo que ela não tenha entendido nada da vida, algo que surge da leitura de suas letras, não é por isso que ela é culpada. O remédio para a juventude ainda é o envelhecimento.
Agora, a jovem é a "aposta da EMI para sair da crise em 2009".
Perdão, mas prefiro uma vida de Lily no myspace do que dar canja para gravadora. Sem falar nas máquinas marqueteiras. Posso até estar ficando maluco, sabe, por causa do mundo moderno e suas peripécias... Mas a imagem que se pinta em minha parede branca é simples: a menina perdeu a chance de fazer arte na vida: preferiu salvar a vida da EMI e seus marqueteiros modernistas, de quem dificilmente ela precisaria, já seus demos foram o que causaram tanto impacto midiático em primeiro lugar.
Porém, de nada vale a crítica oca. Talvez ela ainda tenha chance de fazer arte na vida; talvez ela tenha precisado mesmo da EMI e da Regal Records, sua primeira gravadora. Mas tudo isso se deve a apenas duas perguntas: quem está a serviço da música independente? Por qual razão a música independente continua perseguindo contratos com gravadoras?
O problema é que a música independente sempre teve seu poder subestimado. Basta ver: Móveis Coloniais de Acajú e Teatro Mágico. São prova de que gavadoras e máquinas marqueteiras não passam de muletas, das quais a arte pode muito bem se libertar e voltar a andar e até correr, como que no auge dos 23 anos da nossa bonequinha Lily Allen, quem, no Brasil, seria ninguém.
Eu queria que a EMI, a Warner, Sony/BMG e assim por diante, todas elas, falissem cruelmente, do mesmo modo que o bêbado sente seu coração parar, quando a guia se faz travesseiro. Assim, nós brasileiros deixaríamos - definitiva e amplamente - de acreditar em pedaçoes de papel nos quais se lê: rouba-se dos artistas e não serve ao povo, pois que é isso o que dizem os contratos dessas grandes gravadoras.
A arte está em crise há muito mais tempo que a economia.
O que lá fora é indústria, aqui pode ser pão.

5.1.09

UMA NOVA INTRODUÇÃO
A manipulação da finitude.
Serviu muito bem, A Caixa do Meu Violão, para os propósitos a que se dispunha. Entretanto e para falar a bem da verdade, há muito que já se fazia necessário atualizar a estética conceitual deste blog.
Por amor à arte, por ofensa a ninguém. Agora sim, um título apropriado.
Doravante, a arte está em pauta, assim como todos os assuntos a ela coligados, ainda que remotamente. E o insturmento principal dessa investigação será, além da arte em si, a filosofia: a salvadora da alma; fonte de agonia; fonte de alegria...
Eliminando todos os incovenientes do calendário, faz-se um novo convite; uma nova comprensão de "feliz ano novo".
Feliz eternidade, por amor à arte, por ofensa a ninguém.