8.7.09

RECICLAGEM
Por obra de acaso ou necessidade, acabo de sair daquele conhecido instrumento de comunicação via internet, o MSN Messenger, que costumo chamar de telegrama instantâneo (já que nele tanto se abrevia), por meio do qual trocava frases com meu grande amigo Eric, que desse país se ausenta, temporariamente, por motivo de estudos áudio-técnicos e musicais.
Disse-me o colega, mais conhecido como Tomatinho (vai saber...) que a Fabulosa Banda do Curinga deveria procurar meios de se apresentar na Califória, já que dispõe de tantos lugares disponíveis para uma banda se apresentar.
À exceção de problemas documentais, não vislumbrei erro na proposição. Porém, ao que me foi escrito em seguida se deve o mote do que se lê nessa publicação:
"Metade aqui é lixo".
Pois bem. Por amor ao debate, suponhamos (por esperança e fé na bossa-nova) que a Fabulosa tenha condições de se apresentar na Califórnia satisfatoriamente. De que serviria essa apresentação?
De nada, certamente. Além do fato de que a Fabulosa Banda do Curinga é uma banda completamente autoral, aliada ao vernáculo nacional, de que serve lavar a roupa em território estrangeiro?
Daí decorre a análise crítica: sair do país para lavar a roupa de ianques dissimulados, além de prova de incompetência, é uma falta de respeito para com a nação brasileira.
A Fabulosa Banda do Curinga é nascida verde e amarela e nessas cores viverá, ainda que pouco e para pouco. Caso essa banda não se faça verdade aqui no Brasil, não terá sido além de mentira.
A crítica não é ao grande amigo, que fez papel de produtor nato, a quem dedicaria Meu Caro Amigo, de Chico, nesse momento. A crítica, em verdade, não há.
O que há é a vontade de que no velório da Fabulosa Banda do Curinga não se cante Mais um Adeus, de Toquinho e Vinícius, ainda que seja verdade: "o amor é uma agonia/ vem de noite, vai de dia/ é uma alegria/ e, de repente, uma vontade de chorar".
Amo esse país e dele não saio para fazer sucesso; saio por tê-lo merecido; saio por tê-lo feito aqui mesmo.