MEU CARO AMIGO
É fato que não é a primeira vez que um texto meu será concentrado em torno do nome de um amigo próximo. Entretanto, como disse meu pai, com louvor, quando eu ainda era pequeno: "saiba reconhecer uma pessoa diferenciada".
Hoje, passados muitos anos, verifico quem são os amigos diferenciados de meu pai, além de vincular-me, inevitavelmente, a produzir a minha própria lista. Já antecipo, porém, que não vou elencar os amigos que tenho como diferenciados, os quais, por sorte minha, são diversos. Apenas pretendo analisar os resultados parciais de anos de amizade; aparentemente, jamais em vão, nesse específico caso.
Certa vez, quando eu contava com poucos, mas bem pensados, quatorze anos, a professora Rosa Maria confiou-me que seu filho, Pedro, também era músico, além de escritor.
A importância que dei a essa notícia era a que tinha condição de oferecer, lembro-me bem: "O filho da Rosa é músico". Um ano mais tarde passei a integrar a banda que Pedro liderava como vocalista e compositor. Naquela banda: Pedro, Viana (guitarra), Paolo (baixo), Guga (percussão) e eu (teclados).
Ainda que eu fosse jovem em demasia para notar, nascia ali, além de com os demais citados, uma amizade que tinha muita lenha para queimar, com o respeito dos ambietalistas.
Mesmo depois de decretado o fim daquela banda, minha amizade com o Pedro jamais enfraqueceu. Pedro formou-se publicitário muito bem sucedido, diga-se de passagem. Ele é até colunista do Guia da Semana (guiadasemana.com.br). Eu, por minha vez, terminei a faculdade de direito, sem, entretanto, ter colocado a mão no diploma. Sou só músico mesmo...
Mas ele, lá de Nova Iorque, enviou-me um recado, um presente (não só para mim). Esse presente é bem mais amplo do que parece.
Pedro, na posição de colunista do Guia da Semana, não escreveu, versou em grande estilo sobre a Fabulosa Banda do Curinga.
Entretanto (palavra que Pedro e eu apreciamos), além de elogiar minha banda, chegou à perfeição textual, literária. Porque a perfeição chega pra todos. Para o Pedro, chegou antes; e ele, em sendo quem é, em verdade, deu sua perfeição de presente para mim, para o Igor, André, Théo, Felipe, Ney, Bia, Sidney, Renato, Sérgio...
Espero poder retribuir o presente que me foi confiado.
Caso eu não seja capaz, o perdão e a compreensão de que fiz o que pude, meu caro amigo.
O curinga é assim mesmo: sabe que não está só, mas age como se estivesse...