11.4.08

O GRITO DA LIBERDADE
Preso nas masmorras da morte, passou a viver. Preso nas masmorras da vida, passou a exceder. Passou a exceder e abraçou a vaidade. Sabemos, hoje, a o que leva a vaidade.
Armado de vaidade, lutou e em muito venceu. Mas na luta há quem ganhe e há quem perca. Mas a luta, em sendo com si próprio, termina com uma parte de si vitoriosa e a outra perdedora.
Venceram a fantasia, o descontrole e o trauma. Perderam a realiade, a sobriedade e a compreensão.
Quando preso nas masmorras da vida, soltou o grito da liberdade. E da vida algemada só se liberta pela morte: a liberdade eterna se somente ser, ainda que ser signifique nunca mais ser.
É concebível que a liberdade de ser seja a liberdade de não ser. Basta saber se seremos em vida ou se seremos em morte.

8.4.08

O HOMEM, O CÃO E A MORTE
Pseudo-Arte e decadência cultural.
Tive conhecimento de algo hoje. Algo que revela um destino que não sou capaz de aceitar. Aparentemente a arte não morrerá de causas naturais: será assassinada.
Certo homem promovou um evento, de naturza ignorada, em que amarrou um cachorro a uma corda curta a uma parede e ali o deixou, o cão, para morrer de sede e de fome. Esse homem, Guillermo Vargas Habacuc, juga seu ato artístico.
Fico pensando nos anos e anos de esforços que os artistas fizeram para elevar a existência ao patamar de poesia, filosofia, música, pintura, escultura e assim por diante. Tudo isso para que, milhares de anos de conhecimento humano depois, tivéssemos que assistir à comparação da arte ao assassinato.
Cultura é cultivar: plantar, cuidar e colher. Guillermo Vargas Habacuc está cultivando o ato de fazer cessar a vida. Ele deve ser banido, isso sim. Não podemos matá-lo. Podemos, isso sim, privá-lo de sua vida artísica, até porque esta se resume a nada de relevante.
Nós, brasileiros, temos Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque e tantos outros como criadores de uma quantidade inacreditável de cultura e inteligência artística. Não há motivos para que aceitemos tamanho ato de crueldade.
Nas mãos de Guillermo Vargas Habacuc a arte será assassinada. Nas nossas, terá vida longa, porque nosso entusiasmo estará na vida e não na tortura; estará no bem-estar e não na tortura; estará na arte e não na vaidade.
Pela escada que sobe a vaidade, desce a sabedoria.
Artista que sou, não serei ofendido por esse tal de Guillermo Vargas Habacuc - Assassino em série do bom e do belo.
Sobreviveremos aos ataques daqueles que conspiram contra nós. E nossa arma é a verdadeira arte. Nossa arma é a paz. Nossa vida é viver.