18.2.09

2º MANIFESTO DO FOMENTO À ARTE
Função Social da Iniciativa Privada

O ódio é grande. É tamanho, que o capitalismo prefere dar aos necessitados do que pagar imposto de renda - imposto este que nunca deve ser escrito em maiúsculas.
É o fenômeno da Lei Rouanet, segundo a qual o patrocínio ao projeto aprovado pelo Ministério da Cultura segundo critérios daquela lei pode ser abatido do imposto de renda, descrevendo o processo bem superficialmente.
Inegável que a Lei Rouanet deu seus resultados. É longa a lista de artistas e empresas que, no bom uso do sistema, usufruíram de modo louvável em direção ao fomento à arte a à cultura. De fato funciona.
Funcionaria muito melhor, não fossem os elencáveis casos de aceleração indevida daqueles projetos em benefício daqueles que os aprovam ou daqueles que estivessem proximamente relacionados àqueles.
Sabemos que o capitalismo está disposto a oferecer incentivo financeiro sob a condição ter ver seu imposto reduzido (o velho ódio do Leão). Sabemos que o lucro é o objetivo de todo empresário acordado. Porém, supor que a arte deve ficar dependente de projetos e da boa vontade de empresários (para não dizer do Ministério da Cultura) em abraçar um método isolado que beneficie a arte e a cultura é uma questão de falência cultural.
O que queremos dizer com isso? Queremos dizer que a Lei Rouanet é uma boa invenção que não dá conta do recado. É a lâmpada que custa mais do que a conta de luz; a torneira que custa mais que a conta de água; a cueca que custa mais que as calças...
Enquanto a classe artística depender de preço de ingresso, ou de couvert de boteco, ou do preço do quadro ou da escultura, continuaremos num mar de amadores.
Ou será que o crescimento artístico e intelectual de um povo é mau para os negócios?
A adição de zeros à arte brasileira precisa de desaparecer. O artista não pode aceitar morrer de fome; não se obriga a ser mártir; não pode se curvar à falta de vontade de um Estado indiferente ou de um capitalismo irresponsável que ajuda se tiver abatimentos tributários.
Queremos ver o patriotismo poético, lúdico, desarmado. Queremos ver cessar o pretexto. Queremos o incentivo espontâneo, autônomo, crédulo. Queremos que a iniciativa privada cumpra - lato sensu - com sua função social.
Queremos existir pela própria vontade.
Pague o artista brasileiro; ele quer deixar herança.


Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009.
Paulo Gianini, 24, músico.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

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12:12 PM  

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