MEUS 52
Dentro de trinta anos, pretendo desfrutar meus bons 52 anos, se a saúde me permitir, naturalmente. Quero só uma casinha ou apartamento, com um lugar para ler e outro para escrever. Algumas cervejas na geladeira, uma estante de livros, meus bons e velhos amigos de visita e a trilha sonora dos bons momentos.
Quero a bem-amada ao meu lado, discutindo o novo paradigma científico, o "neo-humano" e relembrando sua formatura, meus presentes e nosso primeiro encontro. Meu filho, ou filhos, não os quero isolados no quarto; mesmo no auge da rebeldia juvenil, os quero na sala ouvindo a Tom, Chico e Vinícius, e, quem sabe, atualizando-me das novas tendências musicais da época.
Quero algumas histórias para contar, sobre os livros que passaram sob meus olhos; poesias para declamar, sem mais nem menos, num domingo pela manhã e orar em família o Poema do Dia da Criação, porque hoje é sábado.
Para isso, suponho, talvez precise entrar nos eixos e embarcar num bom três por quatro. Achar um acorde que harmonize o dia-a-dia, e trabalhar na melodia a ponto de dar o melhor elogio que se pode dar a um acorde: maior.
É quase como se estivesse me vendo sob a perspectiva desse meu "eu de 52 anos". Suas memórias são minha vida desperta. Então, melhor será se eu fizer a lembrança que quero ter dentro de trinta anos, desligar esse treco eletrônico e ler um bom livro.
2 Comments:
Muito bom. Mas, foi um músico
ou um escritor quem escreveu?
Muito legal seu texto, Paulinho!
Em 30 anos, eu - com meus 57, talvez esteja cuidando do meu barzinho de samba e choro, hehehe.
Bjosss, samba pra ti!
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