5.2.07

PALETÓ
É exatamente esse tipo de coisa que desafia os limites do exagero. Não posso, dessa vez, ser explícito a respeito de quem escrevo. Mas isso por questão de justiça e preservação do ecossistema em que vivo. De qualquer forma quero dizer a você o que houve com meu paletó nesta manhã de segunda-feira.
Certa amiga minha sentiu frio em razão do ar-condicionado da sala de aula. Aparentemente desregulado, a temperatura estava abaixo do ideal. Ela vestiu meu paletó para normalizar a situação. Eu achei ótimo. Ao contrário dela, eu não estava com frio; mais que isso, é sempre um prazer ajudar.
Entretanto, e o perfume? Eu digo: de arrebentar! Suave, elegante e em acordo com a beleza da perfumada. É verdade que estou absolutamente entorpecido pelo perfume. E tenho que viver com isso no dia de hoje. Mas não é justo? Acho que sim. É muito justo que ao menos eu possa ter o prazer do perfume, já que não tenho direito a muito mais que isso. É uma pena que exista a hipótese de que poucas pessoas aproveitariam tanto esse perfume assim como eu.
Ao menos, certamente, mereci ter uma noção mais detalhada das sensações que circundam a amiga em questão. E por mais que seja minimamente dolorosa a convivência com esse perfume, é também justo que eu retribua essa experiência tão interessante. Por isso - e digo diretamente a ela - obrigado pelo meu paletó.