SAL DE FRUTAS
Olha, vou falar. Meu trabalho às vezes impede a "regalia" de almoçar. É. Regalia. Simples assim. Basta olhar para o meu irmão. Com quase vinte anos de advocacia, já não consegue lembrar da última vez em que almoçou em um regular dia de semana.
Sabem daquela coisa de: segunda-feira, virado à paulista; quarta-feira, feijoada e assim por diante? Pois é. Por aqui, nada disso. Eu ainda faço certo esforço para almoçar sempre que possível. Às vezes isso quer dizer um dia na semana. Outras vezes, dois ou três. Todos, nunca. Ainda assim, mesmo sem o hábito perfeito de almoçar, não pode ser o caso de o corpo adquirir aversão à gastronomia da uma da tarde.
Meu corpo, porém, conseguiu mais essa proeza. Hoje é quarta-feira. Segundo almoço da semana. Segundo pacotinho de Sal de Frutas.
2 Comments:
Amigo querido, falo com a liberdade de quem já foi Gianini, já viveu de perto alegrias e angústias de ser da família. De precioso, inestimável até, ficou nossa amizade e muitas lembranças de risadas, de música no teclado que ficava na varanda, Eric Clapton a beira da lareira, piscina em Itaipava, rapadura que é doce mas não é mole. De negativo já não importa, esqueci como faço com tudo que não me faz bem.
Posso te dizer que alguns vícios são quase genéticos, mas que é possível fugir deles. Não almoçar é um desses vícios. Seu pai e seu irmão enxergam quase como um mérito alardear que quem trabalha e tem sucesso não tem tempo para almoçar. Ambos pagam com a própria saúde por defender essa esdrúxula tese. Cirurgiões almoçam, pilotos de avião almoçam, advogados normais, altos executivos, professores, cientistas, todos almoçam. Pessoas normais almoçam. Requer alguma organização do tempo e força para fugir do vício genético de cair nos mesmos erros acreditando piamente que a vida é assim mesmo. Livre-se do sal de frutas.
Em tempo: seu irmão é um cara muito legal, mas não é exemplo a ser seguido para algumas coisas... não almoçar é uma delas.
E mais, eu sei que rapadura batida É mole. Beijo.
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