14.11.06

A par e a ímpar...

Sim. É segunda-feira. Foi, ao menos. Às vezes a semana tem dois dias: a segunda e a sexta. Na segunda dizemos: "E lá vamos nós outra vez"; na sexta: "Finalmente". Um finalmente aliviado como se a semana tivesse durado uma eternidade, mas, na verdade, passou como um relâmpago incontrolável. O Tempo é de si próprio, acelera ou reduz-se conforme sua vontade; impressionante, de forma diferente para cada pessoa. Eu experimento três tempos: o tempo do Tempo; o tempo das coisas; e o meu tempo. O tempo do Tempo é importante. Diz quando estou novo e quando estou velho. O tempo das coisas é o tempo dos homens; segunda, terça, quarta... O meu tempo, bom, o meu tempo não é um, e sim são dois: o eterno e o instantâneo. Há momentos instantâneos como o Nescau ou Toddy espontaneamente misturados ao leite quente ou gelado. O eterno resume-se na espera. A espera eterna por qualquer dia que não sei qual é. O dia de vê-la, mesmo que não haja motivo razoável. Às vezes o tempo eterno resulta no tempo instantâneo. Espero, espero e espero. Logo, muito logo, já foi! A vi hoje e parece que foi uma eternidade atrás. Não sei ao certo o significado disso; sei que espero eternamente por um momento instantâneo. Espero por um tempo de alegria filosófica: indefinível; inesquecível; inefável.

Sim. É terça-feira. Já é, ao menos. Será o presente dia eterno ou instantâneo? Não posso saber agora. Que a vida brinque à vontade com os limites do improvável.