TODOS TÊM SEU DIA 15 DE FAMA...

Estávamos, Igor e eu, no escritório caseiro dos Di Bonaventura, quando ouvi do guitarrista a seguinte pergunta: "O que você acha de tudo isso?". Como não consegui ser menos óbvio, retruquei: "isso o que?"... - Da vida e tal....

A despeito de parecer uma pergunta bastante ampla, algo me fez responder com certa naturalidade. Disse a ele que achava que tudo não passava de um conto muito do mal contado.

Escola-faculdade-trabalho-trabalho-trabalho-aposentadoria.... É isso mesmo? E onde estaria a vida das pessoas nesse esquema? Nos hífens, por acaso?

É muito fácil acreditar em baboseiras quando um sem número de pessoas tentam empurrar esse esquema para dentro da sua cabeça; esse erro sistêmico que produz seres pseudo-humanos. Se eu tivesse dado ouvidos a todos os que me falaram a respeito de mercado de trabalho e toda essa ilusão capitalista, o resultado não seria outro senão o da infelicidade.

Pois que o direito e a obrigação coincidem naquilo que nos faz humanos; precisamos de reconhecer a nossa natureza antes que esta nos tire a única chance que temos: a vida. Daí dizer que não existem chances na vida: a vida é a chance. A vida é agora; agora ou nunca mais...

Essa última convicção fundamenta uma quantidade enorme de verbos e versos... Novamente, uma quantidade enorme de verbos e versos.

Tudo isso quer dizer o seguinte: existe algo para o que você é capaz de simplesmente abandonar tudo; existe algo que justifica correr o risco de não pagar a fatura do cartão de crédito; de não pagar o empréstimo que fez em dois bancos diferentes; de pedir demissão; de morar na rua. Isso pelo que vale morrer é a sua vida.

Dia 15 de agosto de 2008 a Fabulosa Banda do Curinga vai pisar no palco do Via Funchal, em São Paulo, para abrir o show do Nando Reis.

Eu morreria pelo palco, pois que o palco é minha vida.